Contribuições para consulta pública para incorporação de omalizumabe injetável para tratamento de asma alérgica grave da sociedade acontecem até o dia 09 de setembro
Pessoas que têm asma grave não controlada apesar do uso de corticoide inalatório, associado a um beta2-agonista de longa ação (LABA), poderão ter mais uma opção de tratamento com omalizumabe que promete trazer mais agilidade no processo de infusão.
A pedido da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, a Conitec abriu uma consulta pública, que vai até o dia 9 de setembro, para avaliar a incorporação do omalizumabe (150 mg/mL) solução injetável em seringa preenchida para o tratamento. Para participar, clique aqui.
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores (traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos) que se caracteriza por aumento da responsividade dessas vias a diferentes estímulos, com consequente obstrução ao fluxo aéreo, de forma recorrente e reversível. São cinco fenótipos mais comuns: asma alérgica, não alérgica, de início tardio, com limitação do fluxo de ar e com obesidade.
A Organização Mundial da Saúde estima que 235 milhões de pessoas tenham a doença. No Brasil, em 2018, o número de internações foi de aproximadamente 87 mil. “O omalizumabe disponível no SUS hoje é infusão intravenosa e necessita de hospitalização. A solução avaliada agora é o de formulação injetável, que facilita o acesso e infusão para o paciente”, diz a nota da Associação Brasileira de Asma Grave (ASBAG).
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS divulgou parecer preliminar favorável à inclusão do omalizumabe injetável em seringa preenchida para os pacientes que tiverem os requisitos indicados.
O que dizem os especialistas
Na opinião da pneumologista Angela Honda, a seringa preenchida é excelente para o tratamento com omalizumabe para asma grave. “Quando a gente fala de medicamentos biológicos, a preparação precisa ser muito bem feita. Quando eles já vem em seringas preparadas, dá muito mais segurança. Não há o risco de erro no manejo da medicação biológica”, enfatiza.
A líder de programas educacionais da Fundação ProAr faz uma comparação com os antibióticos ou outras medicações que precisam misturar com líquido e oferecem mais riscos na administração exata da dosagem. “Outro benefício do omalizumabe em solução injetável na seringa preenchida é a rapidez da infusão. Hoje, quando o paciente chega na unidade para receber a medicação espera, no mínimo, 40 minutos para que a enfermeira consiga fazer a preparação. E a rapidez também traz agilidade para todo o sistema de atendimento”, avalia a médica.
O que dizem os demandantes
Atualmente consta na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) e no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de asma apenas omalizumabe em pó liofilizado para solução injetável de 150mg.
Entretanto, de acordo com a fabricante do medicamento, estima-se que, a partir de setembro de 2022, a produção mundial do pó liofilizado para solução injetável seja descontinuada. De acordo com a Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, a partir de dezembro deste ano, somente a apresentação em solução injetável em seringa preenchida estará disponível no Brasil.
Não há alteração no preço e na posologia do omalizumabe entre as formulações, segundo a demandante, que defende a necessidade da inclusão da nova apresentação de omalizumabe na Rename e compulsória atualização do PCDT de asma.
Saiba como participar da consulta pública
A consulta pública para incorporação do omalizumabe (150 mg/mL) solução injetável em seringa preenchida para o tratamento de asma alérgica grave vai até o dia 9 de setembro. Para dar opinião sobre o assunto e participar da consulta, acesse o portal da Conitec.