Você é bipolar?

Por Camila Tuchlinski 

Após uma consulta clínica, um psiquiatra consegue avaliar se você tem ou não o chamado Transtorno Afetivo Bipolar

Já vou começar esse artigo pelo fim: apenas um profissional de saúde mental é capaz de responder a essa questão. Um outro caminho possível é, através da psicoterapia, alguns sinais e sintomas surgirem. Então, o psicólogo encaminha ao médico da área de Psiquiatria para averiguar.

O título da coluna é provocativo. Isso porque a gente se depara com diversos conteúdos de saúde mental na internet, sejam postagens no Instagram ou até vídeos no TikTok, e nos identificamos, por vezes, com aquilo que está sendo dito.

De acordo com o DSM-5, uma espécie de ‘bíblia’ da psiquiatria mundial, o Transtorno Afetivo Bipolar é uma condição psiquiátrica caracterizada por alterações graves de humor, que envolvem períodos de humor elevado e de depressão intercalados por períodos de remissão. Sintomas cognitivos, físicos e comportamentais específicos estão associados. O transtorno se diferencia em dois tipos principais: o Tipo I, em que a elevação do humor é grave e persiste (mania), e o Tipo II, em que a elevação do humor é mais branda (hipomania). Atualmente, especialistas na área trazem o conceito de espectro bipolar, que também compreende pessoas com depressão recorrente grave nessa equação.

Outra característica que diferencia a pessoa que tem Transtorno Bipolar de uma simples alteração de humor é o tempo em que ela fica em estado de mania ou de depressão. A duração do estado de mania deve ser de, no mínimo, uma semana, estando o humor elevado ou irritabilidade presente na maior parte do dia, quase todos os dias.

No caso do estado depressivo, a perda de interesse e prazer por quase todas as atividades está presente durante, pelo menos, duas semanas. Além disso, a pessoa apresenta alterações no apetite ou peso, no padrão de sono e atividade psicomotora, sentimento de culpa e/ou desvalia, dificuldade para pensar ou se concentrar ou tomar decisões, pensamentos recorrentes sobre a morte ou ideação suicida.

Outra situação corriqueira no senso comum é: quando um colega de trabalho, por exemplo, muda de humor de um dia para o outro, as pessoas apontam para ele e o acusam de ‘ser bipolar’. Depois de todas essas informações, fica fácil deduzir que é praticamente impossível identificarmos esse tipo de transtorno nas pessoas com as quais convivemos.

De toda forma, é possível oferecer ajuda. E é preciso buscá-la quando esses sintomas dificultam o cotidiano dessa pessoa, quando começa a ter prejuízos nas relações sociais e tudo mais.

Agora, se você perceber esses sinais, mesmo que há muitos anos, procure saber se você tem o Transtorno Afetivo Bipolar. Receber o diagnóstico na fase adulta não é fácil, mas pode ser libertador dar nome ao que está sentindo e conquistar uma vida com mais qualidade.

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