Livro conta história de jovem LGBTQIA+ que descobre HIV e a aceitação do diagnóstico

No mês de conscientização da Aids, Ministério da Saúde registra redução de 50% dos casos em um ano.

Na reportagem, você ficará sabendo que:
– De 2018 para o ano passado, houve uma redução de mais de 50% dos casos de HIV no Brasil;
– Que o Dia Mundial de Luta contra a Aids, 1° de dezembro, é comemorado desde o final dos anos 1980;
– Que o romance ‘Você tem a vida inteira’, de Lucas Rocha, conta a história de um jovem LGBTQIA+ que enfrenta os desafios do diagnóstico de HIV;
– A obra ganhou versão em inglês pela editora Scholastic Press e foi indicada por Jonathan Van Ness, da série ‘Queer Eye’, da Netflix.

Em 2020, o Ministério da Saúde comemora uma redução no número de transmissão do vírus HIV no período de um ano. No ano passado, foram registrados 15.923 casos contra 37.161 em 2018. No total, segundo dados do governo federal, de 1980 a 2019, foram notificados 966.058 casos no Brasil.
Em dezembro, vários países comemoram o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Essa data foi instituída como forma de despertar a necessidade da prevenção, promover o entendimento sobre a pandemia e incentivar a análise sobre o HIV. No Brasil, a data começou a ser comemorada no final dos anos 1980, envolvendo os governos federal, estaduais, distrital e municipais e organizações sociais.

Quarenta anos separam os primeiros casos de HIV dos dias atuais. E, mesmo assim, receber um diagnóstico do vírus pode ser assustador. Sobre a notícia, aceitação e o manejo das relações sociais e amorosas, o livro ‘Você tem a vida inteira’, do bibliotecário Lucas Rocha, conta a história de três personagens.
Ian, que recebe o resultado positivo do teste, Victor, que está no mesmo centro de tratamento e tem diagnóstico negativo, e Henrique, que já era soropositivo. Victor e Henrique tiveram relação sexual, mas o último só contou que tinha HIV ao parceiro depois de ter a certeza de que estava gostando dele. Por outro lado, Victor fica furioso ao saber da notícia depois de transarem. Ao se abrir com o companheiro, Henrique explica que não foi muito feliz em relacionamentos anteriores e ainda está cético se consegue se abrir para o amor novamente.

O autor narra os medos, as esperanças e o preconceito sofrido por quem vive com HIV. Em um texto delicado e com bom humor, recheado de referências pop, o livro contempla personagens de diversos gêneros e sexualidades. “Ainda temos inúmeras vozes em silêncio na comunidade onde estou inserido, da sigla LGBTQIA+, a maior parte das narrativas que vejo são G, e vou ficar muito feliz quando todas as outras letras também estiverem seu espaço de destaque, principalmente na literatura jovem brasileira”, afirma o escritor Lucas Rocha.

A publicação também destaca a importância do Sistema Único de Saúde no tratamento contra o HIV. O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) reconhece o Brasil como referência mundial no controle e na prevenção do HIV/Aids por, justamente, oferecer acesso universal ao tratamento das pessoas com HIV, ampliar o acesso à testagem rápida, distribuir gratuitamente preservativos nas Unidades de Saúde, além de realizar de forma regular campanhas informativas de mobilização social a respeito deste assunto na mídia. É por meio do SUS que é disponibilizado mensalmente às pessoas que vivem com a Aids os antirretrovirais.

“Há 20 anos, muitos livros e filmes para jovens falavam sobre o perigo do HIV. Agora que o vírus está sob controle e o Brasil é referência no tratamento, existe uma carência de livros que falem sobre a verdadeira epidemia que circunda os soropositivos, que é o preconceito e a intolerância”, afirma a editora-executiva da Galera Record, Rafaella Machado, editora da versão brasileira.
O livro ‘Você tem a vida inteira’ foi recentemente publicado em inglês pela editora Scholastic Press, nos Estados Unidos, com o título ‘Where we go from here’, e foi indicada por Jonathan Van Ness, da série ‘Queer Eye’, da Netflix.

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