‘Fazendo o bem olhando a quem’: conheça histórias de pessoas que doam tempo e energia em prol do outro

Dia Internacional do Voluntariado foi criado há 35 anos pela ONU

Na reportagem, você ficará sabendo que:

– O Dia Internacional do Voluntariado existe desde 1985 e a data foi instituída pela ONU;
– O voluntário doa tempo e, apesar de não ganhar dinheiro, deve agir comprometido com a causa;
– Que um dos trabalhos voluntários feitos no Brasil é a contação de história para crianças em hospitais;
– Há pessoas que são voluntárias há décadas.

Há trinta anos, Tony Silva saiu da faculdade e começou a visitar orfanatos, como eram chamados os abrigos de crianças em situação de risco e vulnerabilidade nos anos 1990. “Visitando constantemente um abrigo para crianças soropositivas em Suzano – Instituto Beneficente Viva Vida, numa internação de uma criança, conheci a Associação Viva e Deixe Viver, que atua na área de humanização hospitalar, levando contação de histórias em vários hospitais pediátricos pelo Brasil”.
Em 2002, ele se inscreveu como voluntário e, após treinamento e preparação para atuar, iniciou o trabalho no ano seguinte na pediatria da Santa Casa de São Paulo até os dias de hoje. “Infelizmente, o trabalho foi interrompido desde fevereiro desse ano devido a pandemia. Estou aguardando ansiosamente a volta”, afirma. Tony Silva também atua, desde 2015, como voluntário profissional no Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz, em diversas unidades da Fundação Casa: “Faço palestras periodicamente para jovens e adolescentes que cumprem medidas socioeducativas nessas unidades”.

Tony Silva (Foto: acervo pessoal)

A Organização das Nações Unidas instituiu o dia 5 de dezembro como Dia Internacional do Voluntário em 1985. O objetivo é promover ações em todas as esferas da sociedade no planeta.
De acordo com a ONU, o voluntário é “o jovem ou adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social ou outros campos”. O voluntário doa seu tempo e trabalho e, apesar de não ganhar dinheiro, deve agir comprometido com a causa.
A jornalista Renata Okumura se interessou pelo voluntariado em 2012, influenciada pela irmã mais velha. “Sempre tive vontade de dedicar tempo para ajudar crianças e animais. Fazia ações individuais, com doações de alimentos e roupas, por exemplo. Quem me levou ao Viva e Deixe Viver foi minha irmã Kátia, que já conhecia a instituição. Fizemos o curso e começamos a atuar juntas há oito anos. Eu ainda me considero voluntária, mesmo estando longe, por causa da covid-19”, ressalta.
Ela conta histórias para crianças que estão na Santa Casa de São Paulo, muitas sem perspectiva de alta. “Já participei de ações para contação online mas, claro, embora seja a única alternativa viável no momento, o encanto, contato e convívio não é o mesmo que estar ao lado da criança que muito precisa de apoio durante sua internação e recuperação no hospital”, analisa Renata Okumura.

Renata Okumura (Foto: acervo pessoal)

E fazer bem para as pessoas proporciona felicidade e satisfação aos próprios voluntários, como declara Renata: “Hoje consigo entender o resultado das ações como voluntária como um bem para a criança, que muitas vezes ama histórias, mas que nem sempre tem acesso à leitura, assim como o carinho e vínculo com aqueles que moram no hospital porque dependem de equipamentos para sobreviver. Além disso, o bem que traz para nós mesmo é imenso, cada sorriso e agradecimento nos motiva a querer continuar com o voluntariado”.
Tony aprendeu com a mãe e a tia a ajudar o próximo. Ambas auxiliavam pessoas que estavam em situação de rua. “Mas acho que isso sempre foi meu. Assim que comecei a trabalhar após a faculdade, com o primeiro emprego de carteira assinada, peguei o meu 13º salário, até então uma novidade para mim (risos), e gastei tudo em ingressos para o Playcenter e levei todas as crianças da minha família e da minha rua para o parque. Acabei fazendo isso por alguns anos, sempre usando o 13º”, lembra. Ele conclui: “Talvez tenha encontrado minha ‘criança interior’ nessas ações, exercitando a solidariedade, energizado pela alegria das pessoas impactadas, a sensação íntima e até espiritual de estar fazendo a coisa certa. Um propósito de vida, enfim… são tantos sentimentos de bem estar e prazer nessas atividades que as vezes me fazem esquecer até mesmo de mim”.

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