Por Eloyse Davet

Você já parou pra reparar o que você responde quando alguém pergunta: “como você tá?” A resposta mais intuitiva que desliza por nossas bocas sorrateiramente é: “bem e você?”. Essa afirmação de que “eu estou bem” atropela qualquer outro pensamento ou sentimento que possa estar latente naquele momento. Se você nunca reparou nisso, proponho que faça um teste e envie uma mensagem para um amigo ou familiar, tenho certeza de que a grande maioria irá responder que está bem. Ué, mas que mal tem em dizer que está bem? Respondo essa pergunta com outro questionamento: será mesmo que está tudo bem?

Em meio a este período de luto e incertezas, frente a uma pandemia que já tirou a vida de mais de 1 milhão de pessoas por todo o mundo, estar bem é uma difícil missão e que exige uma prática diária de aceitação e cuidado. Entretanto, é preciso que a gente se permita não estar bem, pois tá tudo bem não estar bem sempre. Não se sinta mal por acordar sem forças ou vontade de continuar. É difícil, eu sei. Por isso, vejo que um caminho possível para seguir resistindo é pensar cada dia por vez, mais Carpe Diem e menos ansiedade.

Neste mês de setembro a atenção se dá justamente para o fato de não se estar bem. Os impactos que esta pandemia está causando não são somente fatais, mas vão sendo desenvolvidos gradualmente na vida das pessoas, fazendo com que nossa saúde mental seja ainda mais afetada. A pressão que se cria durante um grande período de isolamento domiciliar, como o que estamos vivendo, se intensifica ainda mais naquelas pessoas que já estavam fragilizadas emocionalmente antes da pandemia. Por isso, cuidar da nossa saúde mental é tão importante quanto cuidar da nossa saúde física.      O setembro amarelo é um momento de alerta, especialmente para os jovens e adolescentes, que apresentam maior número de casos de depressão e suicídio.

Assim, ao perguntar para uma pessoa se ela está bem, busque realmente se importar com a resposta obtida e esteja preparada(o) para receber um “não”. Todas as pessoas precisam de um colo, um afago e um ouvido ativo disposto a verdadeiramente “ouvir”. E quanto a você, cuide-se! O cuidado de si, como eu já disse nos textos anteriores, está muito além de cuidar da alimentação e da saúde física. Assistir um filme, uma série ou ler um livro pode ser uma atividade de autocuidado. E é pensando nisso que a CDD lançou a campanha “Cultura no dia-a-dia”, para compartilhar um pouco mais sobre sugestões de leituras, filmes e séries pensando em cada um de vocês. Esses tempos já estão sendo pesados demais, pois isso busque ser leve e aproveite cada momento perto de quem te faz bem, mesmo que nesse momento não se possa estar perto fisicamente, as redes sociais ajudam bastante a encurtar essas distâncias físicas.

Por fim, lembre-se de que quando estiver difícil demais, estamos aqui para te ouvir e ajudar como for possível. Juntas(os) somos mais fortes!

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